sexta-feira, 6 de abril de 2012

Gilles Villeneuve - A história!


Joseph Gilles Henri Villeneuve, mais conhecido como Gilles Villeneuve (Berthierville, 18 de janeiro de 1950  Leuven, 9 de maio de 1982) é considerado um dos melhores pilotos de toda a história da Fórmula 1, apesar de ter obtido apenas seis vitórias em 67 corridas disputadas na sua passagem pela categoria, entre 1977 e 1982.
 

CARREIRA

Villeneuve nasceu no Quebec. Era filho de um afinador de pianos e estreou-se noautomobilismo em 1975, após uma breve e vitoriosa carreira como piloto desnowmobile em campeonatos de seu país. Foi campeão canadiano e norte-americano de Fórmula Atlantic, em 1976, e repetiu o título canadiano em 1977. Neste ano, numa corrida no circuito de Trois Riviere que contou com a presença de pilotos da Fórmula 1, derrotou e impressionou positivamente o então campeão mundial James Hunt, o que lhe rendeu um convite para disputar o Grande Prémio da Inglaterra, em Silverstone, com um terceiro carro da equipa McLaren.
 
Nesta prova, com um velho McLaren M-23 — mesmo modelo com que Emerson Fittipaldi vencera o campeonato de 1974 —, Gilles largou da nona posição, entre os pilotos oficiais da equipe, Hunt e Jochen Mass, porém problemas mecânicos atrasaram-no e o canadiano terminou a corrida na décima primeira posição. A McLaren não convidou Gilles para as provas seguintes, mas a sua já crescente reputação e o seu estilo arrojado renderam-lhe um convite para ser piloto da equipa Ferrari, ainda em 1977, para ser companheiro do argentino Carlos Reutemann. Gilles é muito lembrado pelo seu lendário duelo contra o piloto francês René Arnoux(Renault) no Grande Prémio de França de 1979. O arrojo de ambos os pilotos nesse confronto foi tão grande que René e Gilles chegaram a ficar lado a lado na mesma curva a mais de 150 Km/h, Após sucessivas ultrapassagens de ambos os pilotos, Gilles Villeneuve venceria o confronto e receberia a bandeirada em segundo, seguido do próprio Arnoux em terceiro. Após a corrida o francês diria uma frase marcante: "Ele venceu-me, mas isso não me preocupa, pois sei que fui vencido pelo melhor piloto do mundo".
 


 

A passagem pela Ferrari

 
Foi ao volante dos carros vermelhos da equipa italiana que Gilles proporcionou aos espectadores da Fórmula 1 momentos de bravura e perícia que lhe fizeram ser comparado ao lendário Tazio Nuvolari e uma série de acidentes impressionantes --- que lhe renderam o apelido de "piloto voador". No mais grave deles, no Grande Prémio do Japão de 1977, Villeneuve bateu com o sueco Ronnie Peterson e seu carro foi lançado na direcção de dois espectadores que assistiam a prova em local proibido e que morreram.
 
Em 1979 a Ferrari substituiu Reutemann pelo sul-africano Jody Scheckter. A nova dupla garantiu o primeiro e o segundo lugares, com Scheckter campeão por antecipação, além do Campeonato Mundial de Construtores. A partir do ano seguinte, por promessa do próprio comendador Enzo Ferrari, a equipe passou a direccionar esforços em prol de Villeneuve, mas não foi capaz de se manter na frente das outras equipas.
 

 

O desentendimento com Pironi e o boato sobre a vinda para a Williams

 
Depois de duas vitórias e uma boa temporada em 1981, quando a Ferrari entrou para o grupo das equipas com motores turbo, Villeneuve tornou-se o maior favorito para a temporada de 1982. No entanto, a Ferrari não deixou clara essa posição para o outro piloto da equipa, o francês Didier Pironi. No Grande Prémio de San Marino, a corrida contou com 7 equipas: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Tyrrell, Toleman, Osella e ATS, enquanto que as demais boicotaram por divergências políticas. Pironi ultrapassou Villeneuve nas voltas finais, desrespeitando o acordo entre os dois e a equipa, e venceu a prova. O facto abriu uma crise interna, já visível pelo piloto canadiano no pódio após a corrida. Acabou sendo o último Grande Prémio disputado por Villeneuve. Logo surgiram boatos de que ele, magoado com a Ferrari, pilotaria para a equipa Williams na temporada de 1983.
 
 

Morte trágica

 
Mas já na prova seguinte, o Grande Prémio da Bélgica, (ainda no autódromo de Zolder), a rivalidade trouxe uma fatalidade. Na disputa para superar o melhor tempo feito por Pironi no treino de classificação, Villeneuve estava na sua última volta rápida quando encontrou, numa curva de alta velocidade, o March do alemão Jochen Mass retornando para os boxes a velocidade inferior. Um erro de cálculo fez com que as rodas dos carros se tocassem e o Ferrari foi lançada ao ar, seguindo-se uma sequência de piruetas que partiram o cockpit ao meio e arremessaram o corpo de Villeneuve para o alto, na direcção esquerda, só parando no lado extremo da pista, ao chocar violentamente contra os rails. O piloto já não respirava quando a equipa de socorro chegou ao local, mas só foi oficialmente declarado morto mais tarde, num hospital local.
 
Apesar de a tragédia no automobilismo não ser algo tão inesperado na época — ainda menos diante do estilo de pilotagem característico de Villeneuve —, o acidente causou, entre os pilotos e principalmente junto do público, uma comoção que só foi igualada doze anos depois, com a morte de Ayrton Senna. Mesmo aqueles que tiveram as mais árduas disputas com o canadiano em pista, como o francês René Arnoux, admiravam o seu carácter simpático e amigável e a sua lealdade como competidor, mesmo com tanto arrojo.
 
Gilles Villeneuve deixou um casal de filhos, entre eles Jacques Villeneuve, que foi campeão na temporada de 1997. O irmão de Gilles, também chamado Jacques Villeneuve, obteve moderado sucesso nas categorias de acesso por onde Gilles passou e chegou a disputar duas corridas de Fórmula 1 e campeonatos de Fórmula Indy na década de 1980, porém não teve muito êxito.
 
 

Sem comentários:

Enviar um comentário