sexta-feira, 6 de abril de 2012

Capacetes/Helmets legendas da Formula 1: STEFAN BELLOF.



Stefan Bellof (Giessen, 20 de Novembro de 1957 - Spa-Francorchamps, 1 de Setembro de 1985) foi um piloto alemão deautomobilismo.
 
Em dezembro de 2009 foi eleito por seus pares como 35º melhor piloto de Fórmula-1 de todos os tempos. A eleição foi organizada pela revista inglesa Autosport, que consultou 217 pilotos que passaram pela categoria.

O início

Stefan Bellof iniciou a sua carreira nos karts, onde estreou no Campeonato Junior em 1973 e correu até 1980, obtendo os títulos da Copa Internacional de Kart em Luxemburgo, em 1976, e o Campeonato Alemão Senior em 1980.
 
Em 1979, começou nos monopostos, obtendo um segundo lugar em Hockenheim numa prova de Fórmula Ford 1600. Em 1980, obteve sete vitórias na Fórmula Ford alemã, o que lhe valeu um convite para disputar a Fórmula Ford 2000 no ano seguinte, além da FórmulaFord Internacional, onde obtém seis vitórias e o título do campeonato.

Categorias de Base

Já em 1981 passa à Fórmula 3 alemã, obtendo três vitórias e o terceiro lugar na classificação final do campeonato, feito que chama a atenção do manager Willy Maurer, que passa a empresariá-lo. Logo no ano seguinte vai à Fórmula 2 européia pela equipe Maurer-BMW, onde conseguiu a proeza de obter duas vitórias logo em suas duas primeiras corridas na categoria, em Silverstone eHockenhein.
 
Ainda assim, os motores BMW não rendem tanto quanto os motores Mugen, e Bellof consegue apenas mais um segundo lugar em Enna Pergusa e um terceiro lugar em Hockenhein, terminando o campeonato na quarta posição.
 
No mesmo ano, estréia nos Esporte-Protópipos disputando os 1000 km de Spa-Francorchamps, com um Porsche. Apesar de não terminar a corrida, impressiona positivamente os chefes de equipes.

Protótipos

Após a boa estréia em Spa, para a temporada de 1983 Bellof assina contrato com a equipe Porsche para a disputa do Mundial de Esporte-Protótipo, correndo ao mesmo tempo na Fórmula 2 européia pela equipe de Willy Maurer, onde a sua melhor classificação é um segundo lugar em Jarama. Nos protótipos, porém, vence os 1000 km de Silverstone, Fuji e Kyalami. Para coroar a temporada, estabelece o recorde de volta definitivo no antigo circuito de Nurburgring. Termina o campeonato na quarta posição.
 
Em 1984 entra como um dos favoritos ao título pela equipe Brun-Porsche, e acaba confirmando sua posição durante a temporada, vencendo as corridas de Monza, Nurburgring, Spa-Francorchamps, Ímola, Fuji e Sandown Park. Com mais um quarto lugar em Mosport Park e um quinto lugar em Brands Hatch, sagra-se ao fim do ano campeão mundial, causando espécie pela rapidez com que atingiu o ápice, correndo contra pilotos consagrados como Jacky Ickx, Derek Bell, Hans Stuck e Jochen Mass.

A estreia na Fórmula 1

O desempenho de Bellof na disputa do Campeonato Europeu de Fórmula 2, aliado às vitórias obtidas pela Porsche no Mundial de Protótipos, rendeu-lhe um convite de Ron Dennis para testar um McLaren de Fórmula 1 na pista de Brands Hatch, junto com os estreantes Ayrton Senna e Martin Brundle. Nesse teste impressiona o dirigente da equipe inglesa, ao obter tempos de volta um pouco inferiores aos obtidos pela sensação do ano, Senna, mesmo correndo com uma versão antiga do motor Cosworth, em desvantagem frente ao piloto brasileiro. Para 1984, assina contrato com Ken Tyrrell para disputar o Mundial de Fórmula 1 por sua equipe. Ali, o seu desempenho à bordo do único carro equipado com motores aspirados, em confronto com os motores turbo então dominantes na categoria, atrai a atenção da crítica especializada.
 
Obtém seu primeiro ponto ao terminar em 6º lugar o GP da Bélgica, em Zolder; consegue ainda um 5º na corrida seguinte, o GP de San Marino, em Ímola.
 
Todavia, seu grande desempenho ocorreu no GP de Mônaco. Mesmo largando na 20ª e última posição e sob forte chuva, o alemão realizou uma corrida repleta de ultrapassagens, incluindo uma ultrapassagem antológica sobre a Ferrari de René Arnoux no mergulho da curva Mirabeau, e se encontrava na 3ª posição, aproximando-se dos primeiros colocados, Ayrton Senna da Toleman e Alain Prost daMcLaren, ambos com motores turbo. A prova foi interrompida na 32ª volta em virtude das péssimas condições climáticas. Ainda assim, o pódio dividido com Senna mostrava as novas estrelas da categoria.
 
Bellof ainda realiza uma corrida de destaque em Detroit, quando corria na 2ª posição até sofrer um acidente. Porém, após essa corrida, a análise do carro de seu companheiro de equipe Martin Brundle, que terminou a prova em 2º lugar, constatou várias irregularidades, tais como a utilização de lastros e a mistura de componentes proibidos à gasolina utilizada.
 
Em uma medida sem precedentes, a Federação Internacional de Automobilismo baniu a equipe Tyrrell da temporada, desclassificando seus pilotos de todas as corridas anteriormente realizadas. As três provas terminadas nos pontos pelo piloto alemão foi repassada para a posição seguinte.
Bellof, então, passa a se dedicar exclusivamente aos Protótipos.

A última temporada

Mesmo com as irregularidades verificadas em sua equipe, ao fim do ano o nome de Bellof estava no meio das discussões das principais equipes, assim como o outro estreante daquele ano, Ayrton Senna. Para 1985, manteve suas equipes tanto na Fórmula 1 como nos Esporte-Protótipos. Houve especulações ligando o seu nome à Ferrari, mas o alemão continuou na mesma equipe pela qual disputou a temporada de 1984. A Tyrrell continuava dispondo dos motores Cosworth, sendo ela e a estreante Minardi a disputar a Fórmula 1 sem motores turbo. Ken Tyrrell negociava o fornecimento de motores turbo com a Renault, mas sua equipe iniciaria o campeonato como sendo a mais fraca do grid. Já nos Esporte-Protótipo, a Porsche continuava como favorita.
 
Nessa temporada, entretanto, Bellof decide priorizar a Fórmula 1 em detrimento do Mundial de Esporte-Protótipo. Nesta categoria, consegue apenas um 3º lugar em Mugello e um 5º em Monza, tendo centrado suas forças na F1. Foi no GP de Portugal, em Estoril, que obteve o seu primeiro ponto válido, (após as desclassificações no ano anterior), ao chegar em 6º lugar debaixo de forte chuva, com o bico de seu Tyrrell danificado, após ter largado na 21ª posição. Além disso, conseguiu ainda um 4º lugar no GP dos Estados Unidos emDetroit. Nessa última corrida, consegue marcar os três últimos pontos para o lendário motor Ford-Cosworth aspirado.
 
Tais desempenhos aproximaram Bellof da Ferrari, fazendo surgir fortes rumores de que um contrato de dois anos havia sido assinado com a equipe italiana a partir de 1986, o que evidencia ainda mais o seu potencial. No GP da Alemanha, em Nürburgring, passa a dispor de um motor Renault turbo em seu Tyrrell, terminando a prova em 8º lugar; na seguinte, o GP da Áustria, em Österreichring, foi 7º e no GP da Holanda, em Zandvoort, ele abandonou com problemas no motor francês.
 
No dia 1º de Setembro de 1985, retorna aos Esporte-Protótipos para disputar os 1000 km de Spa-Francorchamps. Mesmo tendo largado na 22ª posição, logo assume o 2º lugar, disputando a liderança com o Porsche do belga Jacky Ickx. Após uma disputa ferrenha, tenta a ultrapassagem por fora na entrada da curva Eau Rouge. Ickx não vê a aproximação do Porsche de Bellof e acaba por tocá-lo, de forma imprudente. O carro de Ickx roda e bate de traseira no guard-rail, ao passo que o Porsche de Bellof vai chocar frontalmente com o muro de protecção e incendiar-se. Bellof é recuperado e levado ao centro cirúrgico do circuito, mas não resiste aos ferimentos e falece no local, uma hora após o acidente; Bellof tinha 27 anos. No mês anterior, Manfred Winkelhock, tinha falecido também nos Esporte-Protótipos quando corria os 1000 Km de Mosport, no Canadá. O seu Porsche 956 bateu fortemente nos muros de proteção ferindo-o seriamente. O compatriota de Bellof, algumas horas depois, morria no hospital do circuito. Era uma dupla perda para o automobilismo alemão e também para os aficionados no esporte automotor mundial.
 
Anos depois, a comentar o significado da perda de Stefan Bellof, o renomado jornalista inglês Nigel Roebuck, um dos maiores especialistas mundiais em automobilismo, afirmou o seguinte: “Se Bellof iria vencer Grandes Prêmios? Não tenho dúvida nenhuma. Aliás, acredito que ele seria o primeiro campeão do mundo alemão. Não há como questionar que ele tinha habilidade para isso e, embora a Ferrari nunca tenha confirmado, não restam muitas dúvidas que ele seria o parceiro de Michele Alboreto na equipe em 1986. Sua morte foi uma perda horrível para o esporte e ainda maior para aqueles que o conheciam”.

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