sexta-feira, 6 de abril de 2012

Audi quattro fez 30 anos.

Atracção total pelo triunfo


A Audi comemorou, a 3 de Março, os 30 anos do seu sistema de tracção total designado por quattro. Nesse dia, em pleno Salão Automóvel de Genebra, foi apresentado pela primeira vez o Audi quattro. Construído para fazer ralis, numa altura em que este tipo de tecnologia significava problemas constantes, depressa assumiu a reputação de indestrutível, sendo ainda hoje considerado um dos melhores carros de ralis de sempre.

A história do Audi quattro está intimamente ligada a Portugal. De facto, a sua estreia aconteceu no Rali Urbibel Algarve, prova que se disputou entre 29 de Outubro e 2 de Novembro de 1980. Foi a primeira aparição pública do carro alemão, que foi pilotado na prova pelo finlandês Hannu Mikkola. 

Então, o seu papel na estrada foi de carro “0”, aquele que passava nos troços antes do pri-meiro concorrente. Porém, os tempos conseguidos nas classificativas dei-xaram todos assombrados, bem como a fiabilidade manifestada, que era de todo improvável – de acordo com os cânones da época. Por isso, a Audi decidiu inscrever-se no Campeonato do Mundo de Ralis do ano seguinte, 1981. Começou então uma das sagas mais bem sucedidas da história da modalidade.

Poderoso e assustador

O Audi quattro era, desde a primeira série, um automóvel poderoso.
A ideia de construir um Audi com tracção a todas as rodas surgiu em 1977, depois de um engenheiro de chassis da marca de Ingolstad se ter apercebido das qualidades paten-teadas pelo VW Iltis, em terrenos difíceis, como neve e lama. Na verdade, há quem diga que a experiência deste modelo da VW no então ainda incipiente Dakar foi a fórmula que os técnicos germânicos encontraram para perceberem se a ideia tinha ou não futuro. Pelos vistos, tinha: o Iltis venceu a prova africana em 1980, com o conde sueco Freddy Kottulinsky e, ainda nesse ano, nasceu o Audi   quattro.

A sua carroçaria era de um “coupé” de duas portas e, na verdade, partilhava alguns componentes com outros modelos da Audi, como o Coupé, da família 80. Internamente, foi designado por Typ 85, que partilhou também com outros modelos, como o Coupé GT, o Coupé quattro e o 4000 CS quattro. A palavra “quattro” é sempre escrita em caixas baixas, pois não é ela que designa o modelo, mas sim apenas que ele está equipado com tracção às quatro rodas.

O primeiro Audi quattro tinha um motor de 5 cilindros em linha e 2144cc, capaz de uma potência de 200 cv e um binário de 285 Nm às 3500 rpm. Demorava 7,1s a acelerar dos 0 aos 100 km/h e atingia uma velocidade de 220 km/h. Em 1987, foi substituído por uma evolução de 2226cc, com idêntica potência, mas com o binário a surgir em rotações mais baixas. Dois anos mais tarde, este mesmo motor passou a ter uma potência de 220cv e a levar o carro aos 220 km/h. Porém, nesta altura este carro poderoso e capaz de intimidar os mais ousados, já tinha sido banido das competições de estrada, por ser considerado demasiado perigoso. A sua carreira terminou em 1991, depois de 11.452 unidades produzidas.

Durante este 11 anos, o Audi quattro sofreu apenas ligeiras alterações estéticas, mantendo sempre o formato original em flecha de contornos agressivos e muito angulosos, em que a frente extensa se unia a um habitáculo recua-do, para terminar na traseira truncada, de “coupé” baixo e afilado. Mecanicamente, manteve sempre o mesmo de esquema de suspensões independentes na frente e atrás, apenas com alterações na geometria dos braços traseiros logo no início de vida, quando também foi retirada a barra anti-rolamento traseira, para reduzir a sua tendência sobreviradora. Foi esta base que, de imediato, acabou aproveitada para fazer aquele que, ainda hoje, é um monstro histórico dos ralis.

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